Quiet Quitting: quando a saúde mental redefine os limites do trabalho

O fenômeno silencioso que revela fragilidades na gestão e no equilíbrio entre vida pessoal e profissional

9/19/20252 min read

Nos últimos anos, o mercado de trabalho passou a lidar com um fenômeno silencioso, mas que tem impactado diretamente a produtividade e a saúde das equipes: o quiet quitting. O termo, que ganhou força em 2022, não significa pedir demissão, mas sim uma decisão silenciosa do colaborador de se limitar ao mínimo necessário em suas funções. Não se trata de desleixo, e sim de um ajuste de limites: o trabalhador cumpre suas responsabilidades, mas deixa de se envolver em atividades extras ou de ir além do contrato.

O quiet quitting surge, em grande parte, como resposta a ambientes de trabalho que sobrecarregam, ignoram a saúde mental e falham em oferecer reconhecimento. Para muitos, é a forma encontrada de evitar burnout, estresse ou desmotivação — problemas que têm crescido e já preocupam organizações no mundo todo.

Por que o quiet quitting acontece?

Esse comportamento está relacionado a três fatores principais:

  • Excesso de demandas sem suporte adequado ou reconhecimento;

  • Falta de perspectiva de crescimento ou valorização na empresa;

  • Busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional, especialmente após a pandemia.

Quando o ambiente não oferece condições justas ou saudáveis, o colaborador reduz sua energia investida no trabalho como mecanismo de autopreservação. O desafio para as empresas é reconhecer os sinais antes que esse movimento se torne coletivo e prejudique o engajamento organizacional.

Os riscos para as empresas

Embora seja, para o colaborador, uma forma de proteção, o quiet quitting pode gerar efeitos negativos para as equipes e para o negócio:

  • Queda no engajamento e na inovação;

  • Diminuição da colaboração entre colegas;

  • Clima organizacional mais apático;

  • Aumento do risco de perda de talentos para empresas concorrentes.

Nesse ponto, a responsabilidade recai não apenas sobre os trabalhadores, mas também sobre a liderança e a cultura empresarial que molda o dia a dia.

Relação com a saúde mental e o Setembro Amarelo

O quiet quitting não é apenas um fenômeno corporativo — é também um sinal de alerta sobre saúde mental no trabalho. Quando colaboradores sentem necessidade de “desligar” para não adoecer, isso mostra que a organização precisa rever práticas de gestão, carga de trabalho e apoio psicológico.

Durante o Setembro Amarelo, que reforça a importância de cuidar da saúde emocional e prevenir o adoecimento mental, o tema ganha ainda mais relevância. Reconhecer e combater os fatores que levam ao quiet quitting é, portanto, uma forma de proteger vidas e de promover um ambiente mais sustentável.

Como o RH e a liderança podem agir

Para enfrentar esse cenário, algumas ações são fundamentais:

  • Fortalecer a comunicação interna, ouvindo e acolhendo as demandas dos colaboradores;

  • Oferecer oportunidades de desenvolvimento e reconhecimento justo;

  • Equilibrar metas com condições reais de trabalho, evitando sobrecarga;

  • Treinar líderes em inteligência emocional e gestão de pessoas, para que saibam identificar sinais de desmotivação e agir preventivamente;

  • Promover políticas de bem-estar e flexibilidade, reforçando o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

O quiet quitting mostra que não basta apenas cobrar desempenho — é preciso construir ambientes onde as pessoas queiram se engajar. Se a sua empresa deseja fortalecer a saúde mental, evitar o esgotamento e reengajar equipes, a Ampliar Gestão pode apoiar com treinamentos em liderança humanizada, programas de bem-estar corporativo e diagnósticos de clima organizacional. Entre em contato e descubra como transformar o seu ambiente de trabalho em um espaço mais saudável e produtivo.